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Foto do escritorLourenna Miguel

Dia Internacional da Mulher, dia de Luta

Atualizado: 15 de mar. de 2021

Meu nome é Alessandra Martins, tenho 40 anos, sou uma mulher negra e venho de uma vivência de quase 20 anos nas ruas de Belo Horizonte.


Na coluna Opinião desta semana conversamos com Alessandra Martins, agente social do CEDDH MG.


Ao longo dessas quase duas décadas, posso falar da experiência ruim da vida, porque nesse período eu me envolvi com drogas, com o crime e com o tráfico, mas hoje eu sou uma mulher limpa, digna e orgulhosa de ser a mulher que eu sou.




Já fui presa para pagar pelos delitos que eu cometi. Sobrevivi a tudo, superei meu vício com as drogas e com a química, então eu literalmente sobrevivi. Têm 10 anos que estou limpa, graças a Deus.


Entretanto, não vou falar sobre essas tristezas da minha vida, desse período das ruas, já que é muito particular, e cada um tem a sua vivência. Se for para aprofundar eu tenho muito que dizer, mas hoje não é o momento de se angustiar.


Preciso falar sobre gratidão. Sou grata às pessoas, porque quando eu necessitei, elas me ajudaram. Primeiramente, agradeço a Deus e também a Pastoral de Rua. Eu cheguei à Pastoral sem nada e com vida pela misericórdia de Deus. Eu tinha um vazio muito grande e eles me receberam com todo amor e carinho e vem me tratando da mesma maneira ao longo desses anos, acreditando em mim.


Agradecer, essa palavra é importante demais. Por toda a minha vida serei grata à dona Geralda (Asmare), que me deu a primeira oportunidade de emprego honesto e me proporcionou levar o sustento para a minha casa. Ela me acolheu e me ensinou e por tudo ela é minha referência e tem toda a minha admiração, eu me espelho muito nessa mulher maravilhosa.


O momento é de parabenizar a todas as mulheres, não apenas as que estão em situação de rua. Hoje o meu abraço e a minha palavra vai para vocês, mulheres! Se amem, se cuidem e não deixem ninguém ditar como vocês têm que ser e viver. A vida é vocês e são vocês que devem cuidar dela.


Nós temos vida própria, ame-se em primeiro lugar.

Faço também um apelo às mulheres que ainda estão cegas, que não conseguem ver a dimensão que há nessa terra, quantas mulheres e violações. Se você está sofrendo violações ou se você conhece alguém que vive essa infelicidade da vida, denuncie!


Como mulher, como mãe, como avó e agente social do CEDDH MG, eu peço para que as mulheres tenham mais amor próprio e cuidado, já que quando se trata de mulher, ela não precisa ser mãe e não precisa ser avó, ela só precisa ser mulher, se aceitar e se cuidar.


Hoje eu repito a mensagem: se ame e se cuide acima de qualquer coisa.
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